Futebol Americano
André Linares e Antônio Chamorro, de Santa Barbara (EUA) 1d

Sócio da 'banda del mate', Santi Rodríguez ganha espaço no Botafogo antes do Mundial de Clubes: 'Temos a mentalidade e a vontade de vencer' 2j2z1

Uma cena clássica no ambiente do futebol: jogadores sul-americanos aparecem com uma garrafa térmica, uma cuia (guampa ou copo) e uma bomba (o tradicional canudo) tomando mate, chimarrão, tereré. 2k5t25

No Botafogo, esse hábito está mais do que enraizado com o número de estrangeiros que o elenco possui hoje. "La banda del mate", ou "a turma do mate" em uma tradução livre, é encabeçada pelos uruguaios.

Mateo Ponte, Gonzalo Mastriani e Santiago Rodríguez aproveitam o tempo livre na concentração alvinegra em Santa Barbara, na Califórnia, para se juntarem e dividirem o mate.

Enquanto a ESPN se preparava para entrevistar o meia Santi, Ponte e Mastriani aram por ali para "relembrar" o companheiro do aguardado momento. A cuia do camisa 23, por sinal, é bem estilizada com as bandeiras do Uruguai e do Botafogo além dos nomes da namorada, Nicole, e do cachorro, Ostin.

"É um hábito, que na verdade vem da família, e eles ensinam isso para você", disse Santiago Rodríguez. "Mais do que tudo, o mate é um motivo para estar com amigos, com companheiros neste caso, e ter um motivo para conversar e desestressar. E eu acho que é uma coisa muito boa de se fazer, porque como na concentração, por exemplo, e em um campeonato tão importante, que tem muitas exigências, relaxar um pouco com o mate e conversar sobre o que está acontecendo torna tudo menos estressante e melhor para todos. Então, o mate é o que levamos conosco praticamente desde que nascemos".

Santi não teve dúvidas em apontar os maiores parceiros - e até as futuras aquisições - para "la banda del mate".

"Mastriani, acho que ele é aquele com quem eu mais tomo, é o sócio, digamos. Agora envolvemos Mateo Ponte, ele não bebia mate e agora com Maestri praticamente o forçamos, ele já começou a beber mate. E chegou Álvaro Montoro, que já bebia mate e é mais um. Bem, eu também espero que agora 'Tucu' Correa também tome mate, então somamos mais e estamos adicionando mais gringos à turma do mate", contou.

Outro jogador que ou por ali antes da entrevista foi Alexander Barboza. Mas o zagueiro quer "distância" da bebida...

"Alex não toma mate. É o primeiro argentino, meio uruguaio, que não bebe mate. Mas acho que pouco a pouco ele vai se envolver também. É só uma questão de encorajá-lo a tomar e depois ele se juntará à equipe dos mateiros", brincou Santi.

Mudanças e confiança 4i4l15

Santi Rodríguez chegou ao Botafogo neste ano contratado junto ao New York City FC. A adaptação ao futebol brasileiro está sendo um processo mais demorado - inclusive com uma lesão que o afastou dos campos por algumas semanas -, mas o meia se vê em melhores condições agora.

"Acho que foi de menos a mais. Honestamente, antes de vir para cá, eu estava na pré-temporada com minha equipe anterior e fisicamente foi um pouco difícil para mim, ainda estou me adaptando nesse aspecto. E eu também não jogava um jogo oficial havia quatro meses, e acho que isso me afetou um pouco. Mas hoje posso dizer que me sinto muito bem, alegre, feliz e também muito melhor na parte esportiva e já com muito mais confiança", garantiu.

A chegada de Renato Paiva ao Glorioso teve papel fundamental para Santi começar a "deslanchar" no clube, inclusive sendo titular na última partida antes do Mundial de Clubes, contra o Ceará.

"Renato me deu várias oportunidades, acho isso muito importante, porque independente de como eu me prepare e treine na semana, o que me faz sentir mais confiante é jogar, seja por alguns minutos, 15 ou 20, como aconteceu comigo; e no último jogo contra o Ceará entrei de titular, foi muito importante para me sentir confiante e mudar o ritmo do que é o futebol brasileiro", disse.

"E também ele conversa muito conosco, com todos os jogadores, mas, pessoalmente, conversou comigo sobre como gostaria que eu jogasse, em qual posição, e é importante estar perto dos jogadores. Acho que, no meu caso, gosto muito de ter esse diálogo. Então, isso me dá muita confiança".

A estreia do Botafogo acontece no próximo domingo em Seattle contra o Sounders, no campo sintético do Lumen Field. Algo que Santi vê como positivo para o time brasileiro.

"Acho que temos uma equipe muito boa, um elenco muito bom. Tenho muita fé para vencer este jogo, mas não vai deixar de ser difícil porque, antes de tudo, o campo é sintético, eles estão acostumados, nós também. Mas é um torneio totalmente diferente, as emoções também desempenham um papel importante, temos duas outras equipes que são muito difíceis, então esse jogo será chave. E eu acho que nesse tipo de torneio, qualquer equipe vai lutar e vai ser duro", definiu.

O meia uruguaio também se diz empolgado para enfrentar Paris Saint-Germain e Atlético de Madrid pelo grupo B. E para Santi, a pressão não está com o Botafogo.

"Está bom esse formato do Mundial de Clubes, que não é o tradicional que já conhecemos, mas a verdade é que para nós é uma experiência enorme e terrível, temos a oportunidade de jogar contra craques, contra jogadores que são importantes não apenas em suas equipes, mas também em suas seleções. E temos a mentalidade e a vontade de vencer".

"Vamos com tudo porque, em teoria, a Europa está em um nível acima, mas acho que temos muito a ganhar e nada a perder, porque, como eu disse, em teoria, eles estão em um nível mais alto, mas vamos lutar e seguir com a mentalidade de vencer todos os jogos", prometeu o jogador.

Próximos jogos do Botafogo: 5w1d3i

  • Seattle Sounders (N) - 15/06, 23h (de Brasília) - Mundial de Clubes

  • PSG (N) - 19/06, 22h (de Brasília) - Mundial de Clubes

  • Atlético de Madrid (N) - 23/06, 16h (de Brasília) - Mundial de Clubes

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